Neste
exato momento, em algum lugar deste país ou do mundo, certamente, esta
acontecendo um movimento isolado ou de categoria, na busca de melhores
condições de trabalho, destacando-se as relações de gênero. Replicando ainda
hoje a luta das mulheres americanas pela igualdade de oportunidades e respeito
frente à desigual divisão sexual do trabalho. Várias políticas foram criadas
entre 1857 e 2014, garantindo a ocupação e o aumento do numero de mulheres em
todas as áreas do mercado, no campo econômico e político mundial. Mas ainda
existe preconceito e aspectos culturais instalados na sociedade que atrapalham,
configurando o atraso no desenvolvimento e na garantia da autonomia econômica
da mulher. As diferenças são visíveis em análises dos dados do mercado de
trabalho, quanto aos salários, carga horária, níveis de poder, desemprego,
infraestrutura, qualidade de vida, etc. Soma-se a isso a falta de garantias de
proteção à mulher, por exemplo, não ter onde deixar os filhos para trabalhar.
Ainda estamos tendo que optar entre ter filhos ou assumir um cargo de
supervisão em uma organização, ficar grávida em algumas áreas é sinônimo de
desemprego logo após o término das garantias do Art. 392 da CLT.
Poster alemão de 1914 em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, conclama o direito ao voto feminino. (FONTE: Wikipedia) |
O Observatório Social do trabalho do Instituto de Filosofia,
Sociologia e Política da UFPel, disponibiliza em seu site o Relatório com o
resultado da análise dos dados comparativos do Censo demográfico do IBGE de
2000 e 2010 em relação a evolução do trabalho no município de Pelotas. O estudo
comprova que a maioria da população demográfica do município em 2010 era do
sexo feminino, respectivamente 53%.
No perfil e caracterização da população economicamente ativa do
relatório é importante destacar que “neste período a população em Idade Ativa
(PIA) era de 288.984 pessoas (46,4% homens e 53,6% mulheres). Desse total,
161.707 pessoas eram economicamente ativas (PEA) e 127.277 eram não
economicamente ativas (PNEA), o que corresponde a uma taxa total de atividade
de 56%. Do total da população economicamente ativa, 53,6% eram homens e 46,4%
eram mulheres. Do mesmo modo que em 2000, as mulheres eram maioria na população
em idade ativa, mas minoria na população economicamente ativa. A taxa de
atividade masculina, de 64,7%, em 2010, era, igualmente, superior à feminina,
de 48,4%. Na evolução entre os censos, porém, observa-se que a taxa de
atividade masculina diminuiu enquanto a taxa de atividade feminina aumentou no
período. Em 2010, encontravam-se ocupadas 149.472 pessoas e outras 12.236
pessoas encontravam-se desocupadas. Os homens representavam 54,7% dos ocupados
e as mulheres 45,3%. Já entre os desocupados, os homens representavam 39,9%,
enquanto as mulheres perfaziam 60,1%.” As mulheres representam a parcela
significativa do desemprego em Pelotas. No mesmo Relatório na análise do perfil
e caracterização da população ocupada comprova-se que “na distribuição por
sexo, constata-se a forte presença feminina entre os trabalhadores domésticos e
entre os trabalhadores não remunerados, as mulheres representando,
respectivamente, 94,2% e 68,5% das mesmas. Nas demais categorias, prevalece a
presença masculina, destacando-se as categorias de empregadores e trabalhadores
por conta própria. A participação masculina nas mesmas era de 71,2% e 70,3%,
respectivamente. As mulheres em Pelotas ocupam na maioria atividades domésticas
seguidas pela área da educação.
Para a diminuição destas desigualdades o Conselho Municipal de
Direitos da Mulher, exerce o importante papel de acompanhar e propor a criação
de mecanismos ou metodologias que enfrente as mudanças culturais necessárias,
promovendo o debate profundo e desafiador, para avançarmos com estratégias que
gerem melhor organização produtiva, com equilíbrio e aumento de renda e
reconhecimento da contribuição da força da mulher no mercado formal de
trabalho, independente de sua cor, idade, peso, opção sexual, ou local de moradia
(rural e/ou urbana), garantindo seus direitos. Com base no Plano Nacional de
Políticas Públicas para as Mulheres, que traça metas como a redução das taxas
de desemprego desde ao aumento do número de creches e de pré-escolas, visamos
igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômico da mulher.
Percebe-se o quanto ainda precisamos avançar e quanto o controle e
a participação social podem ajudar no processo de desenvolvimento do nosso pais
e município, buscando a eficácia das políticas já disponibilizadas.
Em memória as vitimas da fabrica de tecidos de Nova York e de
tantas outras personagens invisíveis da história das conquistas femininas e das
personagens de hoje, lembramos o Dia Internacional da Mulher.
Diná Lessa Bandeira.
Coordenadora do CMDM
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