domingo, 30 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
Reunião Ordinária do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher - CMDM
Prezada Conselheira,
Acontecerá HOJE (28 de março) a reunião ordinária do CMDM, com a primeira chamada prevista para às 14 horas e segunda chamada às 14h15min. Será na Casa dos Conselhos, situada na Rua Três de Maio, nº 1060. Em caso de impedimento, solicitamos a presença de seu suplente para representação de sua instituição. Na ausência do titular e suplência, solicitamos a justificativa da falta nos termos regimentais.
Pauta:
- Avaliação da semana da mulher;
- Relatos do Encontro Estadual de Conselhos;
- Participações e compromissos institucionais do Conselho;
- Centro da mulher;
- Informes. Agenda e pautas dos Grupos de trabalho.
terça-feira, 25 de março de 2014
4ª Edição do Prêmio Margarida Alves de Estudos Rurais e Gênero
A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República (SPM) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), por meio da Diretoria de Políticas para as Mulheres Rurais e do
Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, e com o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) lançaram ontem, dia
24 de março, a 4ª Edição do Prêmio Margarida Alves de Estudos Rurais e
Gênero. O lançamento ocorreu durante o II
Encontro Nacional dos Comitês de Mulheres dos Territórios da Cidadania,
no Centro de Convenções Israel Pinheiro, em Brasília.
O Prêmio Margarida Alves tem âmbito nacional e selecionará os melhores trabalhos sobre o tema Mulheres e Agroecologia em três categorias: Ensaio Inédito; Relatos de Experiências; e Memórias. Os trabalhos devem abordar algum dos seguintes tópicos: protagonismo das mulheres na produção e comercialização agroecológica, saberes tradicionais e sistematização de experiências, políticas públicas, organização social, articulação em redes e convivência com os biomas.
A edição deste ano busca promover o desenvolvimento do pensamento crítico a respeito do tema, contribuindo para a formulação de políticas públicas e estimulando a participação de acadêmicos (as), das trabalhadoras rurais e das entidades representativas das (os) agricultoras (es) nesses processos. Serão premiados até quinze trabalhos, entre ensaios e textos, que receberão certificado, publicação impressa dos ensaios, relatos e das redações no formato de coletânea, além de um kit de publicações, contendo títulos selecionados e produzidos pelas instituições organizadoras e/ou pelas instituições parceiras. Os vencedores receberão o prêmio individual de R$ 3 mil.
Margarida Alves – A iniciativa é uma homenagem a Margarida Maria Alves (1943 - 1983), dirigente sindical que, após 12 anos no Sindicato Rural de Alagoa Grande (PB), rompeu com padrões tradicionais de gênero, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Lutou contra o analfabetismo, as injustiças, a exploração. Defendeu a Reforma Agrária e, em consequência dessa luta, acabou sendo brutalmente assassinada.
Entre os parceiros do Prêmio estão a Associação Brasileira de Agroecologia, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs) e a Sociedade Brasileira de Sociologia. Também fazem parte dessa parceria os movimentos sociais de mulheres trabalhadoras rurais - Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag; Movimento de Mulheres Camponesas; Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste; Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu; Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar; setor de mulheres extrativistas do Conselho Nacional de Populações Extrativistas; e o setor de gênero do Movimento dos Trabalhadores sem Terra.
O edital completo e as fichas de inscrição estarão disponíveis nos sites do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), além dos e sites das instituições parceiras. Mais informações pelo telefone (61) 2020 0845 ou através dos e-mails premiomargaridaalves@mda.gov.br e premiomargaridaalves@gmail.com
Cronograma
Lançamento: Março 2014
Inscrição: 1º de abril de 2014 a 30 de agosto de 2014
Análise dos artigos e textos: 15 de setembro a 17 de outubro de 2014
Divulgação dos resultados / Premiação: Dezembro de 2014
Publicação de coletânea: Março de 2015
Fonte: SPM Nacional
O Prêmio Margarida Alves tem âmbito nacional e selecionará os melhores trabalhos sobre o tema Mulheres e Agroecologia em três categorias: Ensaio Inédito; Relatos de Experiências; e Memórias. Os trabalhos devem abordar algum dos seguintes tópicos: protagonismo das mulheres na produção e comercialização agroecológica, saberes tradicionais e sistematização de experiências, políticas públicas, organização social, articulação em redes e convivência com os biomas.
A edição deste ano busca promover o desenvolvimento do pensamento crítico a respeito do tema, contribuindo para a formulação de políticas públicas e estimulando a participação de acadêmicos (as), das trabalhadoras rurais e das entidades representativas das (os) agricultoras (es) nesses processos. Serão premiados até quinze trabalhos, entre ensaios e textos, que receberão certificado, publicação impressa dos ensaios, relatos e das redações no formato de coletânea, além de um kit de publicações, contendo títulos selecionados e produzidos pelas instituições organizadoras e/ou pelas instituições parceiras. Os vencedores receberão o prêmio individual de R$ 3 mil.
Margarida Alves – A iniciativa é uma homenagem a Margarida Maria Alves (1943 - 1983), dirigente sindical que, após 12 anos no Sindicato Rural de Alagoa Grande (PB), rompeu com padrões tradicionais de gênero, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Lutou contra o analfabetismo, as injustiças, a exploração. Defendeu a Reforma Agrária e, em consequência dessa luta, acabou sendo brutalmente assassinada.
Entre os parceiros do Prêmio estão a Associação Brasileira de Agroecologia, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs) e a Sociedade Brasileira de Sociologia. Também fazem parte dessa parceria os movimentos sociais de mulheres trabalhadoras rurais - Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag; Movimento de Mulheres Camponesas; Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste; Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu; Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar; setor de mulheres extrativistas do Conselho Nacional de Populações Extrativistas; e o setor de gênero do Movimento dos Trabalhadores sem Terra.
O edital completo e as fichas de inscrição estarão disponíveis nos sites do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), além dos e sites das instituições parceiras. Mais informações pelo telefone (61) 2020 0845 ou através dos e-mails premiomargaridaalves@mda.gov.br e premiomargaridaalves@gmail.com
Cronograma
Lançamento: Março 2014
Inscrição: 1º de abril de 2014 a 30 de agosto de 2014
Análise dos artigos e textos: 15 de setembro a 17 de outubro de 2014
Divulgação dos resultados / Premiação: Dezembro de 2014
Publicação de coletânea: Março de 2015
Fonte: SPM Nacional
sábado, 22 de março de 2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
Lançamento da Campanha da Fraternidade 2014
Ocorreu a audiência pública de
lançamento da Campanha
da Fraternidade de 2014. O evento aconteceu na Câmara de Vereadores de Pelotas,
dia 11, proposto pelo vereador Ivan Duarte.
O tema da campanha, este ano, é “FRATERNIDADE
E O TRÁFICO HUMANO”. Como o tema sugere, os esforços desse ano serão voltados
para o combate ao tráfico de pessoas.
O que significa TRÁFICO DE
PESSOAS?
Significa recrutar, transportar, transferir ou abrigar pessoas, para fins de exploração. Constitui uma transação comercial iníqua e ilegal. Trata-se de um crime que viola a dignidade humana, em todas as dimensões.
Significa recrutar, transportar, transferir ou abrigar pessoas, para fins de exploração. Constitui uma transação comercial iníqua e ilegal. Trata-se de um crime que viola a dignidade humana, em todas as dimensões.
O tráfico de pessoas atinge anualmente
mais de 20 milhões de pessoas, no mundo. É um comércio muito lucrativo. Segundo
a Organização das Nações Unidas está entre as três maiores fontes de renda ilícitas
do mundo: pessoas, drogas e armas. Produz um lucro de 31, 6 bilhões de dólares
por ano. 75% das pessoas traficadas são mulheres, com idade de 10 a 29 anos
(PESTRAF).
O Brasil é um pais de origem,
transito e destino do tráfico de pessoas. O diagnóstico da Secretaria Nacional
da Justiça – SNJ (2012) aponta que 71% das pessoas traficadas são para
exploração sexual e 29% para o trabalho escravo. O tráfico interno para fins de
exploração sexual e trabalho escravo cresce a cada ano. São mais de 100 rotas
nacionais identificadas.
Quem trafica?
Os “invisíveis empresários do crime” – redes de organizações criminosas ligadas ao crime organizado, à prostituição, ao tráfico de drogas, de armas, à lavagem de dinheiro e ao contrabando, na busca espúria do lucro. São, em sua maioria, homens, de escolaridade superior, investidores que aplicam recursos e controlam o empreendimento. Estes se fazem representar pelos aliciadores ou aliciadoras, transportadores e guias, contratados para este fim.
Os “invisíveis empresários do crime” – redes de organizações criminosas ligadas ao crime organizado, à prostituição, ao tráfico de drogas, de armas, à lavagem de dinheiro e ao contrabando, na busca espúria do lucro. São, em sua maioria, homens, de escolaridade superior, investidores que aplicam recursos e controlam o empreendimento. Estes se fazem representar pelos aliciadores ou aliciadoras, transportadores e guias, contratados para este fim.
Principais causas:
-modelo de desenvolvimento capitalista;
-ciclo de exclusão e vulnerabilidade social;
-desigualdade social e desemprego;
-discriminação de gênero;
-violência doméstica;
-turismo sexual;
-migração forçada;
-instabilidade política e econômica;
-leis ineficientes e impunidade;
-analfabetismo;
-falta de informação;
-crise de valores;
-discriminação racial e intolerância;
-falta de policiamento nas fronteiras;
-sonho de uma vida melhor.
-modelo de desenvolvimento capitalista;
-ciclo de exclusão e vulnerabilidade social;
-desigualdade social e desemprego;
-discriminação de gênero;
-violência doméstica;
-turismo sexual;
-migração forçada;
-instabilidade política e econômica;
-leis ineficientes e impunidade;
-analfabetismo;
-falta de informação;
-crise de valores;
-discriminação racial e intolerância;
-falta de policiamento nas fronteiras;
-sonho de uma vida melhor.
Redes de favorecimento:
-agências de emprego, moda, viagens, casamento, etc;
-indústria de turismo;
-internet, redes sociais, classificados, “tele sexo”;
-redes de entretenimento (bares, shoppings, restaurantes, clubes, danceterias).
-agências de emprego, moda, viagens, casamento, etc;
-indústria de turismo;
-internet, redes sociais, classificados, “tele sexo”;
-redes de entretenimento (bares, shoppings, restaurantes, clubes, danceterias).
DENUNCIE O TRÁFICO DE PESSOAS:
DISQUE DENUNCIA: 100
DISQUE MULHER: 180
DISQUE MULHER: 180
Links para estudo:
ADITAL
- www.adital.com.br
Ministério da Justiça - www.mj.gov.br
Organização Internacional do Trabalho - www.oitbrasil.org.br
UNODOC - www.unodoc.org.br
Sodireitos - www.sodireitos.org.br
Serviço de Prevenção ao Tráfico de Mulheres e Meninas - www.smm.org.br
Projeto Trama - www.projetotrama.org.br
Chame - www.chame.org.br
Repórter Brasil - www.reporterbrasil.org.br
Fotos: Victos Schiller
Ministério da Justiça - www.mj.gov.br
Organização Internacional do Trabalho - www.oitbrasil.org.br
UNODOC - www.unodoc.org.br
Sodireitos - www.sodireitos.org.br
Serviço de Prevenção ao Tráfico de Mulheres e Meninas - www.smm.org.br
Projeto Trama - www.projetotrama.org.br
Chame - www.chame.org.br
Repórter Brasil - www.reporterbrasil.org.br
Fotos: Victos Schiller
quarta-feira, 19 de março de 2014
Lideranças femininas lançam publicação ‘Mais Mulheres no Poder’ na Câmara dos Deputados
O objetivo da plataforma é aumentar a
presença de mulheres nos espaços de poder e decisão e apresentar
sugestões que poderão ser incorporadas pelos programas de candidatas e
candidatos nas próximas eleições
A
publicação ‘Mais Mulheres no Poder’ foi lançada ontem durante um evento na Câmara dos Deputados. O objetivo da
plataforma é aumentar a presença de mulheres nos espaços de poder e
decisão, além de apresentar sugestões que podem ser incorporadas pelos
programas de candidatas e candidatos nas próximas eleições. O lançamento
faz parte da programação que celebra o Mês da Mulher no Congresso
Nacional.
Elaborado pela Secretaria
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), o
documento é uma iniciativa em parceria com o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) e a Bancada Feminina da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
A
mobilização dos parceiros com a plataforma Mais Mulheres no Poder: Eu
Assumo este Compromisso é para fazer cumprir a Lei 12.034 de 2010, que
estabelece percentual mínimo de 30% de candidaturas de gênero,
investimento de 5% do fundo partidário na capacitação de mulheres e
destinação a elas de 10% do tempo de propaganda na TV.
Responsável
pelo tema na SPM, a secretária de Articulação Institucional e Ações
Temáticas, Vera Soares, destaca que o estabelecimento das cotas já
melhorou o número de candidaturas femininas. “Mas as brasileiras ainda
têm uma barreira política a vencer”, observa. Nas eleições municipais de
2012, os partidos conseguiram apresentar os 30% de mulheres candidatas a
prefeitas e vereadoras, mas o resultado da eleição não manteve o
percentual de candidaturas eleitas.
Números positivos
– A expectativa das lideranças femininas é aumentar a representação das
mulheres tanto no legislativo quanto no executivo nas eleições deste
ano. Atualmente, as mulheres ocupam 9,2% das cadeiras na Câmara dos
Deputados, 8,6% no Senado e 7,4% nos governos estaduais. A eleição da
presidenta Dilma Rousseff em 2010 significou avanço na questão de
gênero. A partir de 2011, um total de 11 mulheres já assumiram cargos
ministeriais, enquanto em 121 anos de República, 31 presidentes nomearam
apenas 19 representantes do sexo feminino para os postos.
A plataforma foi editada em 2008 e reeditada em 2010, 2012
e novamente neste ano. O resultado da campanha permanente já começa a
aparecer. A filiação feminina a partidos políticos representou 64% das
136 mil pessoas que ingressaram nas mais de 30 legendas no período de
outubro de 2012 a outubro de 2013.
ACESSE A PLATAFORMA NO LINK: http://www.mulheres.gov.br/mais-mulheres-no-poder/
Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPMPresidência da República – PR
terça-feira, 18 de março de 2014
O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE DE HOJE
Reflexão proposta pela conselheira Maria das Graças Gonçalves sobre o papel da mulher hoje:
A mulher hoje tem uma enorme
responsabilidade. A mulher hoje tem a responsabilidade de mostrar a sociedade
quem ela é. Por quê? Porque a mulher de hoje é diferente da mulher de ontem.
É outro papel, outro jeito de ser, de viver e de se relacionar.
Para nossas mães e nossas avós, tudo
já estava estabelecido. A mulher cresce, casa e cuida da casa e dos filhos. O
marido determina como as coisas têm que se organizar, estabelece limites,
normas e regras, exige, cobra, disciplina e provê a família economicamente para
que não falte nada. Assim é a ele resguardado o direito de estabelecer suas
próprias regras e leis para sua vida e também de sua mulher. Como a mulher era de
sua propriedade, ele determinava que ela ficasse em casa cuidando das crianças
e ele podia sair e se divertir como os amigos ou com as “amigas”. A maioria das
mulheres vivia com seu marido em um acordo tácito de que tudo estava bem assim,
era “natural” que fosse assim. Ele podia, ela não podia inclusive trabalhar,
nem buscar a independência econômica ou a realização profissional. A mulher
deveria se realizar em casa, cuidando da casa e dos filhos. Essa era a sua
vocação.
Então, por trás de um grande homem
sempre havia, diziam, uma grande mulher, que vivia a sua disposição cuidando de
tudo para que ele se realizasse como profissional, pai ou marido. Fazia parte
da imagem de todo grande homem ter ao seu lado uma grande mulher, só que
essa mulher precisava estar ao seu lado, sempre bonita, bem arrumada e
sorridente, isto é, mostrando que estava realizada no seu papel.
Cresci vendo essa imagem na
televisão, mas em casa, vi minha avó e minha mãe se mostrarem insatisfeitas por
não poderem ir à luta e terem sua independência emocional e financeira. Vi
minha avó então se separar e ir a luta para terminar de criar os filhos, pois
naquela época não existia pensão obrigatória e a mulher se saísse de casa com
os filhos tinha que dar conta de sustentá-los. Vi minha avó vencer criando os
dez filhos, sozinha, e se tornarem todos grandes homens e grandes mulheres.
Depois, vi minha mãe ficar viúva e ter que ir a luta também e terminar de criar
os cinco filhos, também de forma vitoriosa porque mesmo ela tendo ficado só com
um salário mínimo de pensão, fez com que todos estudassem e todos tivessem seu
diploma de faculdade, porque ela sempre exigiu de todos que estudassem muito,
tanto os meninos quanto as meninas. Inclusive a nós meninas, ela dizia:
“Estudem muito, para que não venham a depender dos maridos e para que possam
escolher casar ou não.”É
claro que nos direcionou para as ditas profissões femininas, mas fez tudo o que
pode para nos garantir nossa profissionalização.
Assim, quando casei já tinha minha
profissão e meu sustento garantido, mas meu marido deixou claro que não
admitiria que eu ganhasse mais que ele. Nunca me preocupei com isto, mas sempre
corri atrás daquilo que considerava ser importante para minha realização
pessoal e profissional.
E assim, aos poucos nosso papel de
mulher foi mudando. Nós, mulheres desta geração, nossas mães e nossas avós, somos
responsáveis por essas mudanças. Porque nunca nos acomodamos, nunca nos
conformamos com as leis e regras do macho. Sempre ouvi as mulheres de todas as
gerações reclamarem que não era justo eles serem os protagonistas das histórias
e nós meras coadjuvantes. Até porque nossa forma de ver e sentir as coisas
sempre foi diferente.
A geração de nossas filhas e noras,
hoje já chega encontrando um longo caminho percorrido , então elas já
chegam determinadas e sabendo o que querem, já chegam com o direito garantido
de estudar , trabalhar e buscar seu caminho de realização fora do lar e do
casamento ou dentro dele. Mas já entram exigindo de seu companheiro a parceria,
a divisão igualitária de responsabilidades de tarefas seja em casa, com os
filhos ou com seu companheiro de trabalho, com quem competem de igual para
igual.
Mas qual é então a responsabilidade
que lhes cabe hoje? Penso que é a responsabilidade de se fazer respeitar,
valorizar e fazer valer sua vez e sua voz. Claro
que muitos de vocês vão dizer que isto já acontece, afinal, temos uma mulher
como presidenta e muitas mulheres se destacando em profissões inclusive as
ditas masculinas.
Mas, paralelo a isto, as mulheres
pobres, as mulheres que não tem acesso ao estudo e à informação, continuam
sendo submetidas, escravizadas, espancadas, prostituídas e vendidas como
mercadoria. Por baixo dos panos, a cena não mudou. Ainda o macho continua
impondo suas regras, como sempre apoiado na sua força física superior e na cultura
que ainda valoriza o macho, branco, rico, diplomado ou não, mas macho.
Então,
nesta “Semana da Mulher” é claro que festejamos toda essa caminhada e todo esse
processo de emancipação da mulher. Porém, acompanhando todo esse processo ao
longo da história, avaliamos que a mulher precisa ainda ganhar consciência cada
vez mais de que a luta continua. Deve continuar até que possamos ver todas as
mulheres, de todas as classes sociais, de todas as raças, de todos os credos,
de todas as idades, sendo valorizadas e reconhecidas como seres humanos dignos
de todo respeito, com sua dignidade e valor pessoal garantidos. Enquanto uma
mulher ou uma criança forem tratadas como mercadoria nessa terra, precisaremos
continuar gritando e fazendo valer nossa voz.
Aliás, a Campanha da Fraternidade
deste ano está nos mostrando que isto ainda está longe de acontecer porque
mesmo os homens ainda são escravizados e vendidos como mercadoria. Embora as
mulheres sejam maioria, é claro que precisamos lutar também por eles.
Lutar para que a vida, o respeito à
vida e ao ser humano, seja a lei universal neste planeta. Mesmo sabendo que
enquanto vivermos neste sistema em que o dinheiro e o lucro valem
mais prevalecerá a ambição e o egoísmo do homem. Acredito que a consciência desperta e o amor e compaixão um
dia prevalecerão, pois hoje se sabe que nenhum mal que o ser humano provoque a
sua terra ou a sua gente, deixará de afetá-lo também. Fazer e espalhar o bem
faz bem e fazer e espalhar o mal faz mal. Aos poucos, nós mulheres que queremos
ver vencer a força do amor e da solidariedade humana, precisamos assumir nosso
papel de fazer valer, em casa, no trabalho, na rua, em qualquer lugar que
estejamos, nosso reconhecimento, valor e respeito, através da nossa voz, nosso
trabalho e nosso engajamento nessa caminhada que precisa avançar cada vez mais.
sexta-feira, 14 de março de 2014
Inauguração do Centro da Mulher
Foi inaugurado ontem, dia 13 de
março, o Centro de Referência de Atendimento a Mulheres Em Situação de
Violência de Pelotas (Centro da Mulher). O Centro, como diz o nome, será uma
referência para as mulheres vítimas de violência na cidade de Pelotas. O
Objetivo deste projeto é promover a defesa da mulher, ampliando e consolidando
a cooperação institucional em torno do tema. A violência, seja ela física,
emocional ou psicológica, tem impactos na constituição do ser, prejudicando e
afetando seu íntimo, tornando-se um impasse para o estabelecimento de uma
sociedade justa, igualitária e democrática. Portanto, pretende-se ainda,
resguardar e resgatar as identidades fragilizadas, atuando no sentido de
garantir a autonomia das mulheres e a equidade de gênero.
O
projeto do Centro da Mulher é uma ação conjunta do Conselho Municipal dos
Direitos da Mulher (CMDM), do Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas (GAMP) e da
Secretaria de Justiça Social e Segurança. A ideia de Pelotas oferecer um
serviço especializado às mulheres nesse tipo de vulnerabilidade é antiga e veio
dos movimentos organizados da sociedade civil. Depois de muitas reuniões e
mobilizações, o projeto foi apresentado ao poder executivo.
Se
fizeram presentes na mesa de inauguração: Prefeitura, Câmara de Vereadores,
Secretaria de Justiça Social e Segurança, Delegacia da Mulher e o CMDM.
Realizando a fala de abertura, Diná Bandeira representando o Conselho. Em sua
fala ela faz referência a todas militantes feministas que há muito tempo lutam
pelos direitos das mulheres. Lembra, ainda, que o trabalho está apenas
começando. Outro aspecto colocado foi o da importância do trabalho em rede, ou
seja, da articulação entre as instituições envolvidas para preservar e salvar
vidas. “As mulheres precisam de informação”, coloca. Logo após, a secretária da
pasta de Justiça Social e Segurança, Clesis Crochemore fez a lembrança da
equipe de profissionais que irá atuar no centro, responsáveis diretos pela
prestação do serviço. Estarão à disposição da população assistentes sociais,
psicólogos e enfermeiros. Além disso, haverá assistência jurídica, que, segundo
a secretaria, será oferecido em parceria com as universidades.
O Centro
de Referência de Atendimento a Mulheres Em Situação de Violência de Pelotas
(Centro da Mulher) fica no CREAS Cruzeiro, Rua Barão de Itamaracá, 690, bairro
Cruzeiro. Mais informações pelo telefone 32794713.
Confira as fotos:
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