quinta-feira, 5 de junho de 2014

I Seminário de Humanização do Nascimento


O tema violência contra a mulher tem sido pauta das plenárias do CMDM e do GAMP já há alguns anos, revelando suas diversas facetas, identificadas a cada denúncia e relato. Uma dessas múltiplas formas de perpetuar a violência sobre o corpo feminino são as agressões cometidas contra as mães durante a realização do parto. Para oferecer um momento de reflexão sobre o tema da violência obstétrica é que foi realizado o I Seminário sobre humanização do nascimento. Foi realizado no dia 28 de maio em virtude do Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional da Redução da Morte Materna.

A violência obstétrica pode se manifestar de várias formas, desde maus tratos durante o trabalho de parto até a negação do direito de haver um acompanhante da mãe durante o processo. As deficiências dos serviços de saúde, aliados à falta de preparo de alguns profissionais mais o machismo imperante são fatores que se somam em prol de uma aceleração do processo de nascimento. O resultado disso é que muitas mães acabam tendo um momento especial transformado em trauma. Não são poucos os casos onde mães são pressionadas a realizar a cesariana ao invés de um parto normal, em virtude da demora natural do trabalho de parto. A cesárea, por ser um procedimento cirúrgico, exige anestesia e tempo de recuperação mais demorado, deixando a mulher mais suscetível a complicações. Porém, ela acaba com as dores naturais do parto ao retirar o bebê muito mais rápido. São constatados ainda situações de humilhações por parte dos profissionais da saúde, falta de privacidade e infraestrutura adequada.
 
Sabe-se que essa não é a realidade da totalidade dos hospitais e maternidades, mas sim, a violência obstétrica está difundida na nossa sociedade, a quantidade de relatos denuncia isso. Para debater o assunto, não cair em generalizações e apontar soluções para a desumanização do nascimento é que foi proposto o espaço. Buscou-se empoderar as mulheres com a informação necessária, dando-as autonomia na hora de decidir sobre o parto.
 
Foram convidadas para falar sobre o assunto: Verginia Leinemann Moretto, enfermeira formada pela UFRGS, que tratou as formas de violência obstétrica e práticas humanizadas. Marilu Correa Bueno, professora da faculdade de enfermagem da UFPEL, tratou especificamente sobre a humanização do nascimento. Já Maria Angélica Silveira Padilha, da Secretaria Municipal de Saúde, falou sobre o fortalecimento de ações e programas de humanização do município de Pelotas.
 
Ao final do seminário, foi composto um documento nomeado "Carta de Pelotas". Em vias de finalização, ele será encaminhado para as autoridade competentes, a fim de comunicar o evento e encaminhar algumas propostas levantadas.














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