quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mensagem do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Pelotas para o Dia Nacional da Mulher e para o Dia dos Trabalhadores



 
Mulher: sinônimo de trabalho


Somos todas tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes!
     Somos baixas, altas e médias. Somos P, M, G e todas tão coloridas, tão vibrantes, talentosas, cheias de ideias e principalmente repletas de vida.
     Nascemos todas com o mesmo gênero, mas como já dizia Simone de Bevouir “Ninguém nasce MULHER, se torna MULHER”. Por muitos anos não compreendi esta feminista de carteirinha até o tempo passar e os diferentes ciclos do SER MULHER desabrochar dentro de mim, a ponto de me fazer entender que a diferença crucial desta afirmação está no fato de o longo da nossa vida e a trajetória individual que cada uma de nós desempenha nos faz ser MULHER de verdade.
   O mundo que vivemos hoje é cheio de pequenos mundos e nós Mulheres estamos presentes em todos eles. Somos mulheres do campo, da agricultura familiar, do pé na terra, da força, do braço na enxada, da lavoura... Ou somos também mulheres rurais, mas de etnias, origens e tradições bem distintas, pois somos remanescentes de quilombolas, de famílias que vieram de um regime de escravidão, com tantas histórias roubadas por um episódio da nossa história marcado pela dor, pela opressão e crueldade, na qual infelizmente ainda hoje, algumas de nós ainda são vítimas, tanto quanto no tempo das senzalas. Somos ainda mulheres indígenas com hábitos, costumes e tradições milenares, replicando uma cultura primitiva e muito original, mas que enfrenta padrões e costumes do mundo moderno. Somos pescadoras, mulheres do mar e das águas, marcadas pela ansiedade da espera dos barcos e das embarcações, que trazem consigo os maridos e seus filhos, assim como o sustento e o ganha pão da família.
   Ainda somos a maioria no planeta, porém ainda nos sentindo como minoria. Sempre paro a me perguntar por que continuamos repetindo este cenário de tanta falta de crédito nas próprias mulheres.
   Somos tão capazes e envolvidas com as coisas do mundo e atendemos a tantas frentes de trabalho com compromisso e responsabilidade, mas mesmo assim parece que ainda não cremos umas nas outras. O retrato disto são os cargos políticos e públicos de comando e liderança tão pouco ocupados por nós mulheres!
   Estamos presentes nas cidades e somos mulheres urbanas e por estar mais perto de tudo, temos mais acesso a educação e ao mercado de trabalho.
   Somos mulheres intelectualizadas, batalhadoras dos nossos direitos, buscamos espaços de legitimação da força feminina e lutamos por dignidade, seja através de mercados profissionais mais justos ou historicamente masculinizados e preconceituosos. Quebrando estes estigmas e seus tabus estamos provando que lugar de MULHER É ONDE ELA QUISER ESTAR!
  Por isso, estamos na construção civil, nos transportes coletivos, somos garis e também delegadas, comerciárias, professoras e tantas outras profissões que são a cara de uma mulher.
  Somos ainda as donas da casa, a que cozinha com amor, lava, passa, costura, limpa, escuta e tenta sempre agradar. Mas somos as mesmas “aquelas” que acreditaram nas histórias do “príncipe encantado” que quando encontrasse a sua princesa nada mais de ruim e difícil aconteceria nas nossas vidas.
 O momento que vivemos hoje é de nos desafiar para não sermos mais a metade da maçã dos outros, temos de ser inteiros e buscar relacionamentos de parceria e não mais de dependência com se fez ao longo dos anos. Temos que buscar um companheiro porque gostamos da sua companhia e assim o queremos porque é bom para nós e não mais porque precisamos. E o trabalho é a peça chave e fundamental para nos emancipar deste ciclo de dependência tão dominante.
 Até porque quando a maternidade chega, e isto só acontece para as mulheres, isso muda as nossas vidas por inteiro e para sempre, é quase como se pudéssemos nos redescobrir. E ser mãe dá muito trabalho, pois temos um mundo que se abre a nossa frente, recheado de responsabilidades, doações, sentimentos, sensações e experiências que só podem ser explicadas com a grandeza das palavras AMOR VERDADEIRO.
 PARABÉNS a todas as MULHERES pelo Dia Nacional da Mulher (30/04) e PARABÉNS também para todas nós que somos sinônimo de muito e diversas formas de trabalho, imprescindíveis para a construção de uma sociedade mais justa, amorosa e harmoniosa.

Texto escrito por Caroline Crochemore Velloso
Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Pelotas




Um comentário:

  1. A Caroline representa a empresa Ascar/Emater no CMDM e como sempre colaborando dignamente com o trabalho de mobilização social em nosso município. Obrigada Caroline!

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