Mulher: sinônimo de trabalho
Somos todas tão iguais e ao mesmo tempo tão
diferentes!
Somos baixas, altas e médias. Somos P, M, G e
todas tão coloridas, tão vibrantes, talentosas, cheias de ideias e principalmente
repletas de vida.
Nascemos todas com o mesmo gênero, mas
como já dizia Simone de Bevouir “Ninguém nasce MULHER, se torna MULHER”. Por
muitos anos não compreendi esta feminista de carteirinha até o tempo passar e
os diferentes ciclos do SER MULHER desabrochar dentro de mim, a ponto de me
fazer entender que a diferença crucial desta afirmação está no fato de o longo
da nossa vida e a trajetória individual que cada uma de nós desempenha nos faz
ser MULHER de verdade.
O mundo que vivemos hoje é cheio de pequenos
mundos e nós Mulheres estamos presentes em todos eles. Somos mulheres do campo,
da agricultura familiar, do pé na terra, da força, do braço na enxada, da
lavoura... Ou somos também mulheres rurais, mas de etnias, origens e tradições
bem distintas, pois somos remanescentes de quilombolas, de famílias que vieram
de um regime de escravidão, com tantas histórias roubadas por um episódio da
nossa história marcado pela dor, pela opressão e crueldade, na qual
infelizmente ainda hoje, algumas de nós ainda são vítimas, tanto quanto no tempo
das senzalas. Somos ainda mulheres indígenas com hábitos, costumes e tradições
milenares, replicando uma cultura primitiva e muito original, mas que enfrenta
padrões e costumes do mundo moderno. Somos pescadoras, mulheres do mar e das
águas, marcadas pela ansiedade da espera dos barcos e das embarcações, que
trazem consigo os maridos e seus filhos, assim como o sustento e o ganha pão da
família.
Ainda somos a maioria no planeta, porém ainda
nos sentindo como minoria. Sempre paro a me perguntar por que continuamos
repetindo este cenário de tanta falta de crédito nas próprias mulheres.
Somos tão capazes e envolvidas com as coisas
do mundo e atendemos a tantas frentes de trabalho com compromisso e responsabilidade,
mas mesmo assim parece que ainda não cremos umas nas outras. O retrato disto
são os cargos políticos e públicos de comando e liderança tão pouco ocupados
por nós mulheres!
Estamos presentes nas cidades e somos mulheres
urbanas e por estar mais perto de tudo, temos mais acesso a educação e ao
mercado de trabalho.
Somos mulheres intelectualizadas,
batalhadoras dos nossos direitos, buscamos espaços de legitimação da força
feminina e lutamos por dignidade, seja através de mercados profissionais mais
justos ou historicamente masculinizados e preconceituosos. Quebrando estes
estigmas e seus tabus estamos provando que lugar de MULHER É ONDE ELA QUISER
ESTAR!
Por isso, estamos na construção civil, nos
transportes coletivos, somos garis e também delegadas, comerciárias,
professoras e tantas outras profissões que são a cara de uma mulher.
Somos ainda as donas da casa, a que cozinha
com amor, lava, passa, costura, limpa, escuta e tenta sempre agradar. Mas somos
as mesmas “aquelas” que acreditaram nas histórias do “príncipe encantado” que
quando encontrasse a sua princesa nada mais de ruim e difícil aconteceria nas
nossas vidas.
O momento que vivemos hoje é de nos desafiar
para não sermos mais a metade da maçã dos outros, temos de ser inteiros e
buscar relacionamentos de parceria e não mais de dependência com se fez ao
longo dos anos. Temos que buscar um companheiro porque gostamos da sua
companhia e assim o queremos porque é bom para nós e não mais porque precisamos.
E o trabalho é a peça chave e fundamental para nos emancipar deste ciclo de
dependência tão dominante.
Até porque quando a maternidade chega, e isto
só acontece para as mulheres, isso muda as nossas vidas por inteiro e para
sempre, é quase como se pudéssemos nos redescobrir. E ser mãe dá muito
trabalho, pois temos um mundo que se abre a nossa frente, recheado de
responsabilidades, doações, sentimentos, sensações e experiências que só podem
ser explicadas com a grandeza das palavras AMOR VERDADEIRO.
PARABÉNS a todas as MULHERES pelo Dia Nacional
da Mulher (30/04) e PARABÉNS também para todas nós que somos sinônimo de muito
e diversas formas de trabalho, imprescindíveis para a construção de uma
sociedade mais justa, amorosa e harmoniosa.
Texto escrito por Caroline Crochemore Velloso
Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos
da Mulher de Pelotas
A Caroline representa a empresa Ascar/Emater no CMDM e como sempre colaborando dignamente com o trabalho de mobilização social em nosso município. Obrigada Caroline!
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