A
economia solidária é uma prática, econômica e social, que se estende pelo mundo
inteiro, sendo a América Latina uma das regiões onde mais vem se desenvolvendo,
produzindo experiências alternativas, que se contrapõe à lógica excludente do
sistema neoliberal e do mercado capitalista.
E nós, mulheres, estamos na base
desta construção, no campo e na cidade; na agricultura; na produção e nos
serviços; ligadas às nossas comunidades e à movimentos diversos, gerando
alternativas - não apenas econômicas mas também de inclusão social e de sustentação
da vida, em todas as suas dimensões.
Um encontro de mulheres da
economia solidária traz toda esta riqueza e significa troca e renovação de
compromissos. Por isso, esta experiência é potencialmente geradora de avanços
para melhorar a situação de nossas comunidades, de nossos países, reforçando a
caminhada de construção de uma nova alternativa para a humanidade, onde as
necessidades da vida sejam predominantes.
Como mulheres, valorizamos o
trabalho reprodutivo e o cuidado com nossas famílias e nossas comunidades.
Sabemos da importância deste trabalho para a sustentação da vida e queremos que
seja reconhecido, valorizado e transformado em ações sociais e políticas
públicas.
Como mulheres, temos sofrido com
a desigualdade, a discriminação, a violência, que nos anulam, nos
invizibilizam, despotencializando nossa capacidade e reproduzindo um mundo onde
somos consideradas cidadãs de segunda categoria em muitas dimensões.
A
economia solidária tem sido um espaço importante de busca de alternativas, de
nossa autonomia econômica, de revelar nossa capacidade produtiva, de nos
afirmar como trabalhadoras e como construtoras de um mundo novo, baseado na
cooperação, na autogestão e na solidariedade.
Toda esta construção, a partir
das proposições que temos elaborado e amadurecido nos nossos encontros, apontam
para a necessidade de reafirmarmos nossos compromissos, bem como apontar novos,
com um olhar voltado para o Rio Grande do Sul, para o Brasil e para a América
Latina e Caribe. Assim, apresentamos, abaixo, a síntese das discussões
realizadas nos Grupos de Trabalho do 3º Encontro da América Latina e do Caribe
das Mulheres da Economia Solidária, contendo os nossos desafios.
A economia
solidária tem sido um espaço importante de busca de alternativas, de nossa
autonomia econômica, de revelar nossa capacidade produtiva, de nos afirmar como
trabalhadoras e como construtoras de um mundo novo, baseado na cooperação, na
autogestão e na solidariedade.
Toda esta construção, a partir
das proposições que temos elaborado e amadurecido nos nossos encontros, apontam
para a necessidade de reafirmarmos nossos compromissos, bem como apontar novos,
com um olhar voltado para o Rio Grande do Sul, para o Brasil e para a América
Latina e Caribe. Assim, apresentamos, abaixo, a síntese das discussões
realizadas nos Grupos de Trabalho do 3º Encontro da América Latina e do Caribe
das Mulheres da Economia Solidária, contendo os nossos desafios.
•Garantia de financiamento, pelo Poder Público, para aquisição de
matéria-prima, equipamentos e insumos e acesso a novas tecnologias;
•profissionalização;
•gestão compartilhada entre Prefeituras e as catadoras e catadores no
tratamento dos resíduos sólidos e adesão das prefeituras para Coleta Seletiva
Solidária;
•fortalecimento das redes de cooperação e de comercialização;
•romper com a
máfia do lixo;
•alfabetização/formação
continuada para as catadoras e educação ambiental no sistema formal;
•Participação das catadoras e catadores nos Conselhos Municipais;
•Criação de uma proposta pedagógica da escola rural diferenciada,
voltada a agricultura familiar, bem como para a economia solidária;
•Promover a manutenção das famílias no campo incluindo os jovens e,
principalmente, as jovens mulheres do campo, ampliando a infraestrutura no meio
rural (internet, estradas, telefonia, …);
•Implementação de uma política pública com o objetivo de revitalizar
pontos culturais nas comunidades rurais para participação dos jovens rurais;
•Formação das mulheres para qualificar a participação em espaços de
decisões (sindicados, conselhos..);
•Ampliação da política de assessoria técnica, para a produção,
comercialização e gestão dos empreendimentos de Economia Solidária;
•Estímulo e apoio a políticas públicas que propiciem a autovalorização,
o empoderamento e a independência financeira das mulheres; com a valorização do
trabalho reprodutivo e produtivo das mulheres;
•Ampliar a participação das trabalhadoras na Cadeia das Frutas Nativas,
resgatando as vocações e possibilidades locais, com acesso a financiamento para
produção e comercialização;
•Informação e aproximação entre as políticas públicas desenvolvidas nos
países da América Latina;
•Apoio à Moção da Conferência Microrregional de Meio Ambiente da Bacia
Hidrográfica do Rio Gravataí, que reivindica a liberação de uma área pela
Prefeitura de Uruguaiana, a fim de abrigar a construção de um galpão de triagem
para 75 famílias (ACLAN);
•Ampliação do
número de Casas de Economia Solidária, Pontos de Venda e garantia de espaços
públicos para comercialização de produtos da Economia Solidária em grandes
eventos, prevendo, inclusive, estrutura de logística para comercialização da
produção da agricultura familiar;
•Acesso à Certificação da Economia Solidária, garantindo que os grupos
possam se adequar às normas exigidas pelas legislações vigentes;
•Garantir que as conquistas dos grupos de Economia Solidária não fiquem
à mercê das mudanças governamentais;
•Política Pública de Seguridade Social;
•Trabalhar Economia Solidária sem fronteiras, pensando em desenvolver
cadeias e redes em todos os níveis (local, regional, estadual, nacional e
internacional)
•Construção de políticas que busquem resgatar a cultura inerente a cada
região, desenvolvendo a autoestima das trabalhadoras e trabalhadores da
Economia Solidária;
•Capacitação em beneficiamento da pele, couro, escama r de
reaproveitamento dos resíduos do peixe;
•Encontro para formação da Cadeia do Peixe;
•Qualificar os grupos também nos temas transversais, não apenas nas questões
de gestão e produção, para que as injustiças de gênero não continuem sendo
reproduzidas nas experiências de Economia Solidária;
•Busca de interiorização geográfica das informações e conscientização
quanto a importância da inserção e participação nas Redes;
•Garantir que matérias-primas recicláveis e mesmo de reaproveitamento
e/ou apreensão possam ser acessadas pelos grupos de Economia Solidária para fim
de produção;
•Que o Estado assuma na integralidade o papel de indutor de um modelo
de desenvolvimento econômico e social para o qual a economia solidária é
referência. Para tal, deverá reorientar os investimentos, atualmente fortemente
voltados para as políticas do mercado convencional e superar a lógica de
fragmentação e setorização das políticas públicas.
•Com vistas a isso, deverá realizar planejamento participativo, com
caráter de longo prazo – horizonte de 10 anos. O Plano de Trabalho daí
resultante deverá ser continuamente monitorado, com base em indicadores.
Respeitando as discussões já realizadas nas plenárias e conferenciais.
•Com a finalidade de subsidiar o Plano, os Governos deverão investir em
pesquisas sobre potencialidades econômicas, voltadas para identificação de
condições favoráveis ao desenvolvimento de novos empreendimentos, redes e
cadeias solidarias. Um por exemplo seria como o setor prestação de serviços
outras bases que sejam solidarias e não de terceirização e precarização e sim
de trabalho associado. E que o fomente a redes e cadeias sigam o
desenvolvimento local.
•Favorecer a
circulação de produtos e serviços da economia solidaria nos países do Mercosul.
Pois os tramites aduaneiros impedem a circulação dos produtos dos
empreendimentos populares solidários.
•Que os governos dêem maior visibilidade às ações de fomento de economia
solidária para que a população conheça e tenha acesso a seus produtos e
serviços.
•Que se ampliem as ações de intercambio entre os empreendimentos da
economia solidaria e se favoreça a articulação e comunicação entre
trabalhadoras e trabalhadores associados.
•
Realização de mapeamento de onde a lã pode ser
encontrada, como possibilidade de acesso das mulheres de uma lã de melhor
qualidade, como a Merina, hoje nas mãos somente de multinacionais;
•Política permanente de troca de conhecimento e de experiências,
visando aperfeiçoamento de técnicas de produção, com incentivo a técnicas hoje
utilizadas por poucas (como cardar), através da aquisição de tambor de cardar;
•Formar redes locais de economia solidária, para crescer as mulheres.
Quanto mais juntas trabalharem, mais fácil o crescimento, fazer encontros de
economia solidária e trocar experiências sobre preços e matéria-prima nesses
encontros.
•Desenvolver
uma tecnologia que possibilite o aperfeiçoamento do fio, sem que esse trabalho
traga doenças para as mulheres que trabalham com a lã.
Porto Alegre, 13 de agosto
de 2013
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